Era 2012 (ou 13, a memória já não tem garantia), e eu estava super estressada. Talvez você se identifique com essa situação: com múltiplas demandas, fazendo (ou achando que estava fazendo) muitas coisas ao mesmo tempo, dormindo mal e tendo palpitações ocasionalmente por pura ansiedade. Por um tempo, eu levei assim, crente que a vida era desse jeito. Mas, gente, é muito ruim!

Nesse período, apareceu na minha vida o livro "O milagre da Mente Alerta" (juro que não sei como ele apareceu, se você que me indicou me fala!). Leitora ávida, fui lendo e percebendo que ele falava pra mim! Você já teve essa sensação?

Fui lendo e ouvindo na minha mente como se o Thich Naht Hanh falasse comigo, cheio de amor e de compaixão. E ele me convenceu a tentar fazer as coisas com atenção plena.

Frisando a palavra tentar nesse momento. Me propus a lavar louça com atenção plena. Em geral, isso me traria um pensamento circular e repetitivo de que era perda de tempo, de que eu não tinha tempo para isso, etc.

Esses mesmos pensamentos vieram, e para tentar focar, eu falava em voz alta: estou sentindo a água as mãos. Estou ensaboando a louça. Estou enxaguando a louça.

Me senti ridícula? Me senti.

Me senti ansiosa? Um pouco.

Ao final desse exercício, olhei no relógio e o tempo que provavelmente teria me parecido uma eternidade, tinha sido de 5 minutos. Fiquei chocada ao constatar que a minha percepção de tempo estava sendo distorcida pela ansiedade. Esse simples momento de lavar a louça com atenção plena me trouxe muitas reflexões e insights.

E eu considero que essa foi minha primeira experiência meditativa, lavando a louça narrando em voz alta. Desde então, tenho experimentado e aprendendo muito sobre mim mesma.

E esse é o começo da minha história com Mindfulness.